quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Deu-se partida

     Eu já perdi a paciência, que desvai em essência tudo que está arraigado em mim. O perfume suave, tecido de ceda, pode ser que não se perceba, mas eu sei que meu mal se deu partida. Em pleno disfarce, na pele macia, olhar profundo, eu sei que em qualquer lugar do mundo, o céu se enche e o mar se esvazia. Pingente único, perolado, no ouro se é forjado, e sobre o peito o manto é feito, mas não se tem efeito, não seduz, não mais fascina, perola azul piscina, os contos de fadas me encantam, mas nada me ensinam. Ela foi embora, deu-se partida, nem rastros no chão deixou. Porém, um tanto obstante, aqui me vou, rápido e rasteiro, dos cacos jogados fazendo um inteiro, de um emaranhado de fotos, uma coleção. Meu mal finalmente se deu partida, depois de tantas idas e vindas, eu ainda guardo as marcas no colchão.
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