quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Terceiro lampejo

     Aqueles, que Deus procura, estão acima da luz que nos clareia. Aqueles, que Deus ama, estão na vida que nos semeiam. Procurar é um ato de reconhecimento e amar de admiração. Não procure os infortúnios que a vida pode semear em seu peito, não procure atormentar seus dias com as peripécias teatrais de pessoas frustradas pelo autoconhecimento. Não admire os contos infantis com o desejo de que eles fossem verdade, admire a realidade em que você vive, pois é ela quem te permite sonhar. Pode ser que você esteja cometendo um grave erro nas elicitações das coisas relevantes em sua vida. O requerer demais quando se tem tudo, a insatisfação, pode agravar as tendências erradas.
     Procure a arte de semear o amor. Aceite cada pedaço de pão que lhe é dado, e quando isso acontecer, agradeça. Não permaneça no comodismo, e nem fuja dos tropeços que a vida lhe oferece. Aquilo que te faz ceder pelo detrimento da dor, permutará o grão pelo fruto. Busque a capacidade de não ser aquele que recebe energia-luz, seja aquele que doa, seja a fonte.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Algoz: câmara de extermínio

     Campo de extermínio, Alemanha. Um gás chamado Zyklon B foi o autor de muitas gargalhadas de nazistas que assistiam e se divertiam com os tormentos dos inimigos do regime nazista, os quais foram submetidos ao obtido através desse gás em uma câmara. Muitos dos patrulheiros nazistas seguiam ordens, é de se entender que muitos deles não partilhavam dos mesmos ideais. Não sendo isso uma justificativa, pois o pecado ali prevaleceu. Mas o que falar daqueles pertencentes ao regime que se regojizavam com o sofrimento alheio? Há de se esperar o cumprimento da Lei: erros cometidos precederão acertos futuros.
     Diante do acontecido recente, é interessante pensar: a seguir os preceitos espíritas, sabemos que muitos espíritos reencarnam em famílias onde eles sentem simpatia pelos membros presentes. Não sendo isso uma regra, e sim uma possibilidade muito corriqueira. Seguindo com as premissas, sabe-se que o Rio Grande do Sul tem uma forte influência pela cultura Alemã, muitas cidades são praticamente uma colônia da mesma. Então é de se esperar que muitos espíritos de nazistas venham a reencarnar em tal lugar, onde eles encontram um laço cultural e espíritos amigos com o mesmo campo vibracional. 
     E se por acaso aqueles nazistas que riam do sofrimento dos prisioneiros submetidos a câmara de gás reencanassem em regiões com uma certa proximidade, não desencadearia, de alguma maneira, uma situação para fazê-los enxergar o mal que fizeram, e o quão desnecessário foi tudo aquilo? O processo inverso não parece um tanto justo?*  Então, uma noite em que todos eles resolverem se reunir em um lugar qualquer, haverá o Karma Coletivo. E isso terá consequências. 
   Logo que a fumaça trouxer o fim, não procuremos julgá-los como merecedores de tal fardo. E não nos deixemos abater pela falsa ideia de "tão jovens, e tantos sonhos perdidos", senão você cairá na falsa idealização da morte carnal, e o desconhecimento sobre a imortalidade da alma. O karma há de ser pago, e eles irão caminhar mais leves de si. Porém, nem tudo é tão simples quanto essas palavras foram, apesar do desprendimento, eles ainda precisarão de ajuda. Orem por eles!

*Aquele que achar injusto pagar com a mesma moeda é ignorante perante a imortalidade da alma, e tem a morte como uma fronteira desconhecida e não uma passagem que disponibilizará o despertar e continuação. 

A riqueza dos olhares

     Há um pensamento coletivo que nos rodeia, formatando todos nossos interesses e reprimindo nossos atos. Dessa maneira é criado a percepção sorrateira, fugitiva e desdenhosa de tudo que lhe parece relevante. Nada mais importa a não ser o olhares sedentos e frágeis que os perseguem e manejam seu Complexo de Napoleão, o recuo mental. Mesmo nos mais altos patamares, onde se aglomeram os ditos superiores responsáveis pela expansão da fronteira do conhecimento, pelo alavancar social-econômico, pela burguesia vigente, e por nomear os confidentes das chaves do progresso, há aqueles que em seu atos encontramos a solicitude aos aspectos primordiais da necessidade de idolatria e reconhecimento. Não se contentando com o simples fato de pertencer a um sistema onde o querer muito é proporcional ao pouco ser. Então a abstenção virá por terra, e toda essa rebeldia ou ignorância não valerá de nada, toda a riqueza desejada ou conquistada não passará de paliativos. E aquela verdadeira riqueza muitas vezes empoeirada por não parecer ter valor nos âmbitos mundanos, é a que mais fará falta: a riqueza dos sentidos.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Seus olhos

Então eu vejo a vantagem
Nas ideias que me brotam
Então eu vejo a folhagem
Nos ventos que me sopram

Assim procuro a saída
Procuro a resposta

Por sempre ser muito otimista
Eu escuto os hinos a tocar
Então é o meu ponto de vista
Nunca deixo de acreditar

Só não acredito nas mentiras
As que consegui desvendar
Pois há um caminho a andar
Forjado pelas suas premissas

Há um caminho entre as labaredas
Eu vejo isso dentro de seus olhos
É só percorrer até aquelas estrelas
E imaginar um mundo a te segurar

Eu que sou seu mundo e vida
Sou seu caminho e até ferida
Te abraço mas as vezes mordo
Te solto ao mundo e não sofro

Então eu vejo a vantagem
Nos seus beijos que recebo
E se só estou de passagem
Sua carência não tem preço

Olhe pra mim e então sorria
Isso está sendo o bastante.





sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Velha amiga

     Cá estou eu mais uma vez, sentado em meu lugar de costume de minha cafeteria preferida. Hoje, pensara eu, nada iria ser diferente, apenas tomaria meu café e logo partiria para mais um dia de trabalho. Mas acabo de me deparar com uma velha amiga. Ela parece triste, e de alguma forma eu me vejo na obrigação de acudir essa pessoa. É bem provável que ela não saiba meu nome, pois também não sei o dela. Quando disse "velha amiga" apenas me referi aquele sentimento de afetividade que me surgiu. É uma ligação forte, de origem não revelada, que me faz destemido e deixa a minha timidez de lado, a ponto de ir falar com ela. Levanto-me um pouco apreensivo, confesso. Mas caminho a passos largos em sua direção, para não fomentar minhas inseguranças. Vejo-me próximo, seu perfume já domina qualquer pensamento frágil que venha a me interceder. De forma sucinta eu a toco no ombro. Ela vira o rosto de maneira assustada, mas logo em seguida abre um sorriso tímido e de maneira bem educada me pergunta:
- Posso lhe ajudar?
Começo a ficar em prantos, mas não a deixo perceber. Nunca foi de minha pessoa abordar um desconhecido sem motivo específico. Não tenho nenhuma experiência em tal situação, não sou desses galanteadores. E a única pergunta que me veio a cabeça foi:
- Você gosta de queijo? - digo de maneira destrambelhada.
Nossa que gênio! Sério, foi a única coisa que me veio a cabeça. Agora vejo que acabei com todas a minhas chances de iniciar um diálogo e de conhecê-la melhor. Agora ela está com uma expressão em seu rosto de quem se encontra sem jeito. Porém ela continua a sorrir, e de maneira mais solta dessa vez. E para minha surpresa ela me responde:
- Gosto sim. Por acaso você tem algo para me recomendar?
Pela resposta, percebo que ela é diferente. Se fosse qualquer outra mulher, teria feito algo para que eu me sentisse constrangido e me retirasse. Sinto-me mais seguro agora, e a respondo:
- Damasco com pasta de queijo Sírio é o meu favorito, você já experimentou?
- Para falar a verdade, não. Acho que vou considerar a sua recomendação.
- Não irá se arrepender, garanto! Mas, antes de qualquer coisa, preciso lhe confessar que estou me sentindo um idiota.
- Por que você diz isso?
- De alguma maneira, eu só queria me aproximar de você. E acredite, a única coisa que me veio a cabeça foi essa pergunta tola.
- Não se preocupe - ela fala sorrindo - tola seria eu se não percebesse sua mão trêmula ao tocar meu ombro, e sua expressão receosa ao me perguntar. Logo percebi o seu gesto digno de alguém que está apenas sendo corajoso, e tomando iniciativas sinceras das quais eu admiro muito. Então, se queres tanto me conhecer melhor, por favor, sente-se. De uma companhia, é tudo que eu preciso hoje.

Será válido deixar as incertezas da vida reprimirem nossas vontades? Hoje eu tive a prova que não. E também aprendi: coisas que parecem bobas, muitas vezes carregam um mundo dentro de si.

Shiva

     Feche os olhos, respire profundamente. Há momentos em que precisamos tocar o vazio e soprar nos horizontes, alcançando lugares em nossas mentes que jamais suspeitaríamos existir. Busque acreditar nas coisas improváveis, não há razão para querer acreditar no que todos já acreditam. Logo eles que tentam moldar a vida da maneira que acham certo, regulamentando até o momento em que devemos ou não rir, devemos ou não chorar. E eu sei que você odeia isso. Tome controle, agora, de sua respiração, concentre-se. Tente ouvir minha voz sussurrando calmamente em seu ouvido: Om Namah Shivay. E aos poucos relaxe, e repita esse mantra comigo. Transcenda todos os limites, não tema ao desconhecido. Dê oportunidade aos caminhos ocultos. Desprenda-se do que lhe é adequado, e encontre-se. E quando você pensar que está no fim da fronteira, apenas terá dado o primeiro passo.
     Pois, há muitas coisas que nos rodeiam, mistérios pertinentes e inquietantes, os quais me motivam em saber que do mundo nada sei. E por nada saber, encontro forças para na ignorância permanecer, mas não parado. Hoje sou crente da infinitude do universo, então eu busco sentido em tudo. Mas quando uma coisa não faz sentido, eu não desmereço, sei que posso me surpreender. Diante disso, eu me torno inabalável. Sou tão imortal e grande quanto o universo, desde o momento em que faço parte de toda uma obra da qual eu desconheço.
     Agora olhe em meus olhos, e eu te direi o quão belos são os seus. E a partir desse instante, eles não sairão do meu pensamento. Logo chegará o momento em que nós iremos nos abraçar. Então nesse abraço, sinta que você está abraçando o mundo, faça desse momento tão grande quanto você mesmo queria que fosse. E nesse gesto nos elevaremos aos céus, enfrentando juntos chuvas torrenciais. Então não tema, pois no súbito, encontraremos uma luz que fica lá no alto. E se você disser: daqui do alto, eu vejo estrelas. Eu lhe direi: daqui do alto, eu vejo vidas.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O inconveniente

     Eu nunca fui de exigir muito, eu sempre achei melhor esperar e ver o que aconteceria. Mas é de tanto esperar que você se cansa e deixa pra lá. Naquele momento você se questiona: se eu fizer alguma coisa agora, talvez resulte em algo. Mas os princípios não lhe deixam fazer. Esse é o orgulho falando, o orgulho positivo. Não há como forçar nada quando se quer uma conquista limpa e verdadeira. Nesse momento só resta a aceitação, a procura de entender se realmente vale a pena se remoer por pequenos detalhes. E tentar não esquecer de que há um mundo de possibilidades lá fora, e que não devemos sempre nos prender às possibilidades corriqueiras.
     Talvez não seja o momento certo, talvez você venha a aprender muito com essa decepção. Mas que da tristeza cujo seu estado atual lhe oferece, você tire o proveito necessário. Saiba que você poderá sentir essas dores outras vezes e precisa estar preparado para o que vier.  E isso não significa que você não encontrará a felicidade, apenas significa que você está tendo fé pelas coisas erradas. Só iremos realmente aprender no que devemos acreditar quando o verdadeiro aprendizado chegar. Aí que tá o problema, muitas vezes esse aprendizado vem precedido de muitas decepções e erros por nós cometidos. Então, apenas persista e continue. Você está no caminho certo, mesmo que ele lhe pareça errado.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O segundo lampejo

- Sim, o fato de vivermos sob o mesmo sol, não significa que todos nós somos iguais. Podemos ter a mesma origem, criados pelo mesmo pai, bebendo da mesma fonte. Porém, mesmo que sigamos os mesmos caminhos, nunca seremos iguais. Esse é o princípio da individualidade. Agora nós nos encontramos numa tarde de sol quente, ambos incomodados com a situação. O calor percorre todo nosso corpo, o suor invade e faz arder nossos olhos, surge aquela sensação de queimação. Existe apenas um lugar com sombra e lá não caberá tantos milhares de pessoas presentes conosco. A nossa individualidade começa a contar agora. Nossas vivências e experiências para apaziguar aquela multidão que disputa um lugar na sombra, toda aquela luta justificável. Cabe a nós pacificamente ajustá-los em um lugar onde tenha sombra. Já que nós, apesar de também sentirmos o desconforto, não precisamos tanto desse alívio, porque sabemos que tudo isso é passageiro, e desse sofrimento já estamos acostumados.
- E sobre aqueles que ficaram de fora da sombra, o que foi feito nessa situação?
- Infelizmente nem todos couberam, então nesse caso foi trabalhado diretamente nos que ficaram de fora. Tentamos fazê-los enxergar que existem pessoas mais debilitadas e mais necessitadas que eles, e que por isso elas são mais merecedoras. O problema é que nem todos enxergam dessa maneira, e tumultuam cada vez mais. Com essa confusão, eu prefiro deixar passar. Se alguém faz tanta questão de na sombra ficar, que fique. A partir disso, serão sempre egoístas e fracos. Se nunca enfrentarem as intempéries da vida, ficarão estacionados no conformismo e dali não sairão. Mas com o passar do tempo, quando todos os outros estiverem fortes o suficiente para enfrentar outras jornadas, essas pessoas irão deixando o  lugar. E cada vez mais os tumultuosos se sentirão sozinhos, despertando assim a ideia de que algo precisa ser feito. Irão refletir sobre, e então despertarão do estado latente em que se encontram. E haverá progresso.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O primeiro lampejo

Todos pertencemos ao mesmo sol, aquele sol que queima e incendeia, que lá fora brilha e nos clareia. Nos lampejos da vida, a criança carrega nos sonhos a esperança. Não vejo discórdia, só vejo luta; Não vejo a vida, vejo a disputa. Mas afinal, pra que tudo isso, se vivemos sob o mesmo sol?

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

O imortal

     Em sua grande maioria nada me atinge, nada me fere. Para aqueles que buscam meu desânimo, nada impede, mas logo aviso, não se influencie pelo que disseram, porque aqui já se passaram milhares e nada fizeram, só trouxeram a discórdia entre as nuances dos sentidos: da felicidade a tristeza, dos que procuravam a perdidos. 
    Missionários da Luz contra um ser aparentemente desfeito, nada mais justo do que combater aos que já são oprimidos, causando desordem a quem merece e não ganha respeito, segregando aqueles que dizem ser da luz aos desmerecidos. Mas que haja fogo nas cavernas onde se forjam as armas, que aos desfalecidos surja o ensejo para suas conquistas, que das intempéries nasça o suspiro das forças guardadas para que nessa dia eles alimentem as suas bocas famintas. 
    Por mais longo que seja, meu caminho está se abrindo. Por mais que meu pés estejam cansados, eu vou indo. Se até hoje nada me abalou, quem dirá no aqui e agora, já que hoje carrego a imagem dos que já foram embora; com orgulho de representar os que nunca emergiram; contra aqueles que tudo tiveram, mas nada pediram. 
    Eles não sabem, mas eu carrego o dom da imortalidade, quem nasceu comigo não morrerá por conta da idade, conheço a fonte que manterá cheia a nossa vitalidade, pois eu segui o caminho que ninguém mais quis seguir. Hoje eu sou digno e reconheço minha existência, mas não vivo. Já fugi para muitos lugares tentando escapar, mas hoje não corro.



domingo, 13 de janeiro de 2013

Conspiração noturna

Nenhuma pertubação irá me acordar
Hoje me encontro em um sono profundo
Ao lado de criaturas do estranho mundo
Vagando por ai, sem ter o que esperar

Sorrateiramente, nossa lua nasce
Junto ao meu reflexo em sua face
As projeções noturnas aterrorizam
Deturpando as criaturas solitárias

Em meus olhos eu a vejo passar
Entre os bosques frios a vagar
Então eu a busco no desespero
Se eu a encontrar, tenha medo

Está de noite, não há mais preocupação
E tudo isso aqui não é real, é fantasia

Perdido na noite eu me guio
Um andarilho no bosque frio
Em uma noite que parece não acabar
Desse sono profundo não irei acordar

Estou acreditando nessa conspiração
Eles me fazem querer cada vez mais
Tento esconder a minha palpitação
Não posso demonstrar fraqueza

Conspiração noturna
O prólogo do imortal:

Não tem mais viver
Nem pra onde correr
Não há mais destino
Não há mais sofrer

Hoje ninguém está a minha espera
Logo eu que esperei a todos vocês
Minha esperança já não persevera
Hoje eu vos esperei pela última vez

Arma apontada para minha cabeça
Será essa a sua única solução?
Esqueceu que eu sou imortal,
Que não mais tenho coração?

Então hoje eu estou partindo
Ninguém mais sentirá minha falta.

Então vamos falar de amor

     Sim, já que houve insistência, iremos falar de amor. Mas antes, por que as pessoas falam tanto disso? Talvez seja para justificar todas as incoerências dos relacionamentos, as desilusões, frustrações, decepções. No amor é depositado toda confiança entre duas pessoas: você cuida de mim, e assim será recíproco. É no amor que encontramos o futuro, planejamos os nossos passos, tomamos decisões graças ao amor. Parecendo assim o nosso guia, a bigorna que forjará nossos arsenais. Logo, o amor deixa de ser o efeito e passa ser a causa.
     Agora você chega, senta-se ao meu lado e diz: vamos falar de amor. Bem, será confortante conversarmos sobre isso. E será interessante se você conseguir definir o amor, por que até hoje eu só consigo sentir. Mas eu posso tentar definir o amor no leve sorriso que me surge ao te ver sorrindo, sem que você perceba. Aquele momento em que você está com suas amigas conversando, no outro lado da sala, e eu ali te observando, feliz por você. E "meu coração palpita", como muitos dizem, de saber que quando eu for voltar pra casa, você estará ao meu lado. Quando eu saio nas ruas, olho para todas as lindas garotas que me chamam atenção, posso até sentir uma atração meramente carnal, mas no final das contas é em você que eu acabo pensando. E me faz chegar na conclusão que você é, sim, substituível. Mas será que todas me beijariam com tanta intensidade, que me amariam com tanta verdade, que falariam com sinceridade e, na pior das hipóteses, se manteriam a minha fidelidade? Acredito que não. Eu não acredito em alma gêmea, mas meu amor me faz acreditar que você é única.
    Eu me lembro que você sempre dizia que as pessoas não sabiam amar, e hoje eu acho que elas apenas não sabem o que é o amor. O amor não é um sentimento fácil de se alcançar, não é qualquer pessoa que tem essa capacidade. O amor mesmo que sendo universal, ele tem bases restritas. Amar não é uma paixão, não é um gostar, não pode ser justificativa para sua avareza, e muito menos para sua vaidade. Tantos substantivos nos confundem se passando pelo amor.
     Enfim, é difícil definir o amor. Não sou a pessoa apropriada para tal dissertação. Mas se você quer continuar falando sobre isso, então vamos falar de amor. E aproveitando esse clima de romance, nada mais justo que acabar com aquela frase clichê: eu te amo. Mesmo sabendo que quando se ama e isso é recíproco, nada mais precisa ser dito.

#Diário de Klauss - Prólogo (II)

     Enquanto for natural, que a promessa seja cumprida. Já que aos prantos nada se faz, muito menos se realiza, então nos indícios de melhora, espere o resultado. É válido requerer paciência para enxergar similitude entre as coisas. Observe o chão que te rodeia, busque as informações certas. Pode-se dizer que esse é um dom que tenho, consigo fazer uma síntese dos acontecimentos que me rodeiam, e apenas de observar o ambiente, faço uma síntese dos acontecimentos que me rodeariam se eu ali estivesse. São percepções minhas que moldam o meu modo de assimilar o contexto das ações de terceiros, buscando sempre suavizar as agressões e enaltecer os favores.
     Hoje vejo que fiz muitas promessas, e poucas delas eu cumpri. Não há motivos pertinentes para tal, apenas não me achava capaz de continuar pisando no mesmo chão que os outros, ou andar na mesma trilha que eu costumava andar. É notável que não sou o mesmo, é notável também que me compreendas de maneira errada. Uns dizem que eu fui cegado pelos prazeres de se ter o poder, e que me apossei de cargos superiores aos quais eu não merecia. E eu compartilho dessa mesma indignação. É angustiante ver um jovem, filho de quem eu fui, apoderar-se de tal suprema e vitalícia notoriedade. Eu não digo que eles estejam errados quanto a isso, só digo que eles me julgam pelos motivos errados. Se não sou digno de minha posição não é pelo meu ar de arrogância e por eu ser indiferente aos demais. Eu não sou digno de tal notoriedade por me acobertar atrás de meus poderes políticos e praticar tal ferocidade aos meu irmãos. Muitos deles podem, se visto de maneira radical, merecer tal fim. Mas nada justifica sacrificar uma vida para manter a sua. Minha irmã, de coração, diz que não me reconhece mais, que os motivos por ela não me procurar é pelo sofrimento que lhe é causado ao me ver agir friamente, e não demonstrar tal afeto que sempre me foi comum. Mal suspeita ela que será a primeira a saber o que me aconteceu naquela viagem, o porquê que eu me hospedei em tantos pequenos vilarejos distante de minha cidade, e demorei assim anos para finalmente voltar. E entenderá por fim, o meu comportamento hostil, e o porquê de eu a querer longe de mim. Ela guardará esse diário, logo que pronto, e fará com que ele seja entregue a pessoa certa, na hora certa.
     E dessa maneira, eu cumprirei uma das promessas que eu fiz a mim mesmo: a de não machucar aos que me amam, e fazê-los entender a minha ausência. Eu, logo, não estarei presente em carne, mas firmarei outros compromissos em espírito. A jornada de um guerreiro não se acaba ao ser fincado com um punhal em seu peito, nesse momento a jornada apenas toma um novo rumo. A batalhas continuarão, mas não mais com uma espada nas mãos. Os sentidos serão aguçados, as percepções serão aprimoradas, os caminhos serão mais longos e o destino será incerto.
     Então se queres compreender meu mundo, entender a minha existência, aceitar minhas escolhas, e que em si nasça o conforto que lhe guiará pro amanhã. Leia a minha história. Nela encontrará toda riqueza que abdiquei, todos amores que deixei, todas as criaturas que enfrentei, as pessoas que conheci, o conhecimento que adquiri, e o destino que tracei. E para o consolo de maiores, não sendo o meu objetivo principal, também espero ser acalentado pelos julgamentos que sofri, e das más impressões que causei. Para todos aqueles que me julgaram mal, esse é o memento do nos entender, deixemos os rancores de lado, e que alcancemos a concórdia. 
     Então essa é minha proposta: recolhi todas as cartas que escrevi, todos os diários que tive, e nos períodos que parei de escrever, irei eu finalmente relatar. E por assim, resolvo também readaptar o que eu escrevi, tentando de alguma maneira enriquecer toda a história, já que como ganhei e, consecutivamente, comecei a escrever meu diário aos 7 anos, falta uma linguagem mais apropriada, e falta conexões e esclarecimentos devidos. Por assim dizer, será minha biografia escrita através da adaptação de meus diários e pequenas anotações. E que comece a aventura.

sábado, 12 de janeiro de 2013

O Tempo: angústia

     Tempo, não passe assim tão rápido, vamos aproveitar esse momento. Tempo, não passe assim tão rápido, vamos adiar esse tormento. Eu sei que você não tem volta, por isso quero aproveitar. Se do presente você não solta, então eu tenho que evitar. Ô, Tempo, escuta aqui, não saia de perto, mas caso queira sair, não me deixe de lado, mantenha-me acordado, deixe-me aqui firme, e não me fale do passado, mas se assim insiste, estarei disposto a escutar. 
     Tempo, já escutei toda sua história, mas agora eu quero esperar. Tempo, já não sirvo para a escória, chegou a hora de me libertar. Eu dito o presente, baseando-se no passado, escrevendo o futuro. Não sou mais um de seus escravos. Com as mão trêmulas e frias, guiando-me aos próximos dias, escutando o vento que não sopra, esperando o tempo que não volta. Eu sei que o Tempo corre rápido para o nosso bem, para que alcancemos tudo aquilo que ele não tem. Ele não tem sossego, nem férias. Ele não tem desejo, nem regras. É apenas contínuo e livre.
     Ô, Tempo, eu sei que não tem como eu me livrar de você, mas tem como você não passar tão rápido? Quero poder apreciar cada segundo sem ter que me mover, então, tem como você não passar tão rápido? Talvez eu esteja reclamando em vão, e esteja sendo muito controverso, já que muitas vezes lhe pedi ação e hoje estou lhe pedindo o inverso. Bem, acho que você não é o problema, eu que preciso de tua ausência padecer, ou talvez, eu precise encontrar mais tempo, e prisioneiro do tempo, assim, ser.

Vicissitudes

     Então hoje foi o acordar dos esquecidos, o renascer dos flagelados, aqueles que um dia tiveram seus direitos renegados, seus talentos tirados, viravam naquele momento uma nulidade para a sociedade. Não se entra em questão o quão justo isso é, algumas respostas apenas não podem ser respondidas. E qual o mal nisso? As pessoas realmente se prendem muito a querer uma explicação, enquanto não percebem o que se está passando em sua frente. Quando lhe é dado todo um mundo, você não vai saber cuidar, governar, orientar, progredir... Diante disso, como você vai discernir os fatos? Nem ao menos consegue assimilar as palavras que de carinho lhe foram dadas, palavras essas que são contorcidas pelo egoísmo, orgulho, arrogância e tantas outras vicissitudes da vida. E assim é gerado tantas discordâncias. Então, para quê tantas explicações? Se delas você não tirará nenhum proveito. Se delas, outras dúvidas nascerão. E assim você precisará de mais explicações, entrando agora em uma recursão, um trajeto possivelmente infinito. Por isso, eu proponho que você deixe as dúvidas de lado, se atenha aos fatos, diga-me o que acontece agora, não apenas jogue as palavras fora, não deixe os sentidos irem embora. Agora que você despertou, tente persistir, refletir, enquanto você está calmamente a respirar, a esperar, a interceder, a rogar pelos aflitos um pouco de menção ao sofrimento deles. Esqueça a palavra "eu", aproveita e diga "nós". Olhe o quão revigorante é dizer essa palavra, o quão harmônico e compensador é dizer que tem alguém ao seu lado. Agora pense, dos necessitados não temos apenas um, e sim um número expressivo. E quando esse contingente está ao seu lado, abraçando-lhe, demonstrando a gratidão, o afeto, retribuindo o carinho, esqueça os pudores, aceite o amor. Então mais uma vez eu reforço: não perguntem o porquê deles estarem nessa situação, apenas saiba que eles precisam, e é de você. Hoje eles acordaram, mas logo irão dormir. É válido deixá-los dormir com a mesma aflição, dia após dia? 
     Agora não se engane, os necessitados não são aqueles que, necessariamente, sentem fome, sofrem de malária, dormem nas ruas, entre outros males. Nem sempre os necessitados são aqueles privados dos bens materiais. E não se engane na afirmação "nulidade para a sociedade", não é, por assim dizer, apenas os marginalizados. Então você se pergunta:
- Então quem eu devo ter ao meu lado?
- Por que não a todos, qual o motivo dessa seletiva, dessa segregação? E quando é dito todos, inclua-se. Que sejamos um, mas sem perder nossa individualidade.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

#Diário de Klauss - Prólogo

     É difícil dizer o que me incomoda, agora já é noite e me sinto um tanto diferente. Minha mente que se abrange, completa-se de ideias, é saciada pelo possível futuro o qual credito todos os meus tesouros. Não sou de me arriscar, mas vejo o quão pouco tempo tenho. O que eu farei a partir de agora é vivenciar meu passado, corrigir o pesares que me foi tirado pelo esquecimento, e assim busco fazer de minha jornada algo mais mensurável de se falar. Hoje sei que sou tirano, mas nem sempre fui assim. Digamos que não tenho escolha, a ocasião me desvencilhou dos meus regalos e princípios. Hoje nado contra uma corrente, combato minha própria mente, forjo as minhas desculpas tentando amenizar minha consciência. Quando digo que um fim está próximo, é porque não levarei isso adiante, pois sou de uma espécime assídua e de natureza incontrolável. Uma herança que adquiri enquanto jovem, em uma de meus deveres pelo mundo, em minhas descobertas pessoais. Naquele momento foi prazeroso, um tanto animalesco onde a brutalidade me tomou conta e assim percebi por engano a minha verdadeira origem. Não exatamente origem, mas é como se fosse. Em um momento rodeado de surpresas e revelações, onde minha vida estava a ponto de sucumbir, em meu último suspiro. E da minha salvação, eu ganho um legado. E da minha salvação, eu sou amaldiçoado. Achei inicialmente que podia controlar aquilo dentro de mim, que eu era mais forte, pois se tratava de minha própria mente, dos meus próprios desejos. Iludia-me, por inexperiência achava possível, mas os que sabiam, riam de mim. O tolo e jovem corajoso, desbravador de ruínas adormecidas, dominador dos leões famintos, que saia mundo a fora descobrindo as províncias detentoras do saber, persistir e lutar. Ora, eu era jovem e ambicioso, era aplaudido e admirado por onde passava... Antes de minha última batalha, eu sai de minha cidade com o ego fortalecido pelos olhares de terceiros, que brilhavam, acompanhado de um sorriso alegre e espontâneo. Aquele era meu dia, e era mesmo. Só que não da maneira que eu pensara, e sim da maneira que me foi escolhida. Não digo que tudo que me aconteceu foi realmente uma maldição, por mais que me pareça. Eu tento lutar com essa ideia, fazer dela um raciocínio construído para amenizar minha mente frágil que não suporta os dias presentes, e dessa maneira tenta fugir, culpando a situação em que me encontro. Bobagem, agora busco as vantagens, os pontos positivos, as verdades pertinentes, os caminhos não seguidos. Irei ser algo que eu sempre procurei ser, e ignorar o estado em que me encontro. Não escolhi ser um caçador da noite sedento por sangue. Sei que uma estaca atingirá meu peito e cortará esse laço que me puni. Daqui a alguns dias, quando o animal que persiste dentro de mim for saciar sua sede por sangue, Adam Klein, que um dia fora meu melhor amigo, irá me libertar desse pesadelo, e assim fazer a justiça da qual eu não padeço. E por esse motivo, irei registrar em meu diário toda a minha história. Todos os relatos, dos quais eu deveria ter escrito diariamente, escreverei agora, limitado pela minha memória, já que de muitos detalhes eu não mais me lembro, e de muitas sensações que eu já não sinto. Mas serei sereno aos fatos, imparcial aos acontecimentos, cumprirei com a minha lealdade ou o que dela resta. Como tenho um objetivo maior para esse diário, farei dele uma entidade edificante, se assim for permitido. Que das minhas memórias, eu lhes traga a sobriedade.

Drama aos 15 - II

Os cortes que foram e não marcaram
Só afligiram e depois cicatrizaram
Peço-lhe ou não, se não, perdão
Só não sei se é essa a questão

Se me atinge, não pega a veia
Se não tem fogo, não incendeia
Se você fala, é da vida alheia
Só não me diz o que lhe receia

Erro seu, por querer demais
Erro seu, por não correr atrás
Erro seu, por deixar partir
Todo desencontro, todo despreparo

Ainda é novo o que se pinta
E nada espera antes dos trinta
Se tem fadiga, que não seja à toa
Se vai melhorar? pergunta boa.



Drama aos 15

Eu apanhei em vão, correção, omissão
Eu escolhi assim, não desisti, só omiti
Se hoje tem perdão, não sei não, é só sentir
Dentro do coração marcado, rasgado

Erro meu, por não querer mudar
Erro meu, por não querer falar
Erro meu, por não poder sentir
Todo desencontro, todo despreparo

E toda vez que eu vejo os muros caindo
Você vem e segura minha mão
Fico pensando se eu mesmo desistisse
Poderia ser tudo isso em vão?

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Moça bonita

     E tudo que eu ofereço é respeito, mas tudo que me é negado é ser respeitado. Em um mundo onde nas sombras daqueles que dizem detentores da verdade, eu vejo incoerência em tudo o que dizem. Não é tão simples como abraçar um ramo de flores e presentear aos desavisados, uma prática muitas vezes relaxada, inflexível, escondendo uma fragilidade, um egoísmo. Ato inconsciente, ou apenas uma solução fácil de baixo custo? Ainda me questiono sobre esse custo, pergunto-me sobre a dualidade dessa solução, ora vantajosa como a carne que te alimenta, outrora punitiva por essa carne ter sido uma vida.
     Essas reflexões meias desconexas me vieram de maneira inusitada, anotações antigas:

     "Agora vejo um ramo de flores caído no chão e uma moça pálida a beira de um rio a chorar. Fico a observar essa cena imaginando o que deve ter acontecido. Eu acompanhara mais cedo seu sorriso ao receber as flores, as carícias no decorrer da tarde. Eu também acompanhara, no mais tardar, o beijo de despedida e o último trocar de olhares, que parecia refletir os encontros celestiais, joviais e belos. Pois então, eu após a leitura costumeira do meio da tarde, a vejo chorar? Deve ser de alegria, e que seja. Mas incomodado e oportuno que sou, declaro-me peça coadjuvante do tabuleiro, e me aproximo. Sem nenhuma cordialidade, eu a pergunto:

- O que faz tão belas flores, escolhidas a dedo entre milhares, jogadas ao chão?
- Moço, eu observo os raios que irradia o sol sobre ti, e tudo que espero é que haja sombra. Espero também que ela me traduza um pouco sobre você, que exponha o formato do seu corpo, e se você levantar um braço, é aceitável que sua sombra faça o mesmo. Mas se não fizer, não significa que ela mente para mim, pois tudo depende do angulo no qual eu a observo - reponde a jovem sem exitar.
- E o que te faz buscar em minha sombra algo que poderás encontrar em meu corpo que está a sua frente, fluente nas expressões, tão rico em detalhes?
- A natureza do objeto observado é uniforme, constante, pobre em detalhes. Assim eu construo as minhas verdades, fugindo então das possíveis mentiras. Se eu olhar diretamente para ti, eu me encontro em um ambiente áspero e ambíguo que age com naturalidade, seduz e faz por mim o que é esperado: a natureza do engano - diz bela moça, agora a sorrir cautelosamente.
     Eu fiquei meio sem entender o porquê dela pensar de tal maneira e a pedi que me explicasse como ela tinha chegado a tal conclusão, e foi assim que ela me presenteou com um poema que tirara do bolso:

Encontrou com o desejo de perder
A usou com o desejo de vencer
Atribuiu apenas querendo tirar
Sucumbiu dizendo o que é amar

Jogou fora o que não foi embora
E não joga o que lhe convém
Aos acordos que os façam agora
Prometendo de tudo, menos o que tem

Fala bem, tom alto e rígido
Fala até o que não queria ter dito

Hoje aperto a mão e digo: adeus!
Falo com simpatia para socializar
Digo: Bom dia, como vai lá?
Pois dos enganos, desfaço dos seus

Aprecio a lei da causa e efeito
Por isso tudo que faço é com respeito
Mas essa lei me vem a falhar
Pois tenho um mundo a me desrespeitar

Mas ajo no meu ensejo
Esperando tudo que desejo
Agindo sempre com a verdade
Buscando nos cantos sinceridade

Após de eu ler o poema, ela enxuga as lágrimas que lá restaram, levanta-se e se despede. Eu ainda confuso a interrogo:
-Por que choravas?
- Se depois de tudo que te falei, ainda não sabes o motivo de minhas lágrimas, é porque dos meus tormentos você não compartilha.
     E ela continuou seu caminho sem saber que eu a entendia, e que eu vivia o que ela vive. Mas ela sabia que mesmo que eu a compreendesse, ainda assim, as incertezas surgiriam. Pois do que o outro pensa e deseja, nada sei. Mesmo que as palavras me atinjam na intenção de esclarecer, ainda nada sei. Isso é um erro meu? também não sei. E lá está ela seguindo seu rumo em um fim de tarde, na esperança que após o amanhecer, haja um novo dia. Ela, moça bonita."

Ciclo: primeiro passo

É súbito, apesar de previsível
Amarga, mesmo que seja doce
Encoraja, quando nada é possível
E regasta aquilo que não trouxe

Nascem dúvidas e elas são cruéis
Pelas incertezas que nos pairam
Brotam-se flores que nos saram
Pintando-se quadros sem pincéis

Você não ver, não percebe e nem sente
Mas você viverá
Você não sabe, não almeja e nem busca
Mas você terá

Tudo está diante de ti, assim escrito
Ao menos predestinado, se desejado
Não houve escolhas, isso que é dito
Mas há influência no que é planejado

Relutar por não achar necessário
Sucumbir por orgulho ou prazer
Refutar o que lhe é secundário
E lamentar por mais nada saber

Evoluiu, quebrou, agora o tempo cristaliza
Vem desespero, conformismo, e assim consente
Não é eterno, é um amanhecer que se realiza
É um despertar do equilíbrio e pensar diferente



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