quarta-feira, 24 de abril de 2013

Aos muros do poço escuro

Uma queda funda
Na lama suja de desejos
No alívio das palavras
Em cima do verniz
Deslizando pelas paredes
Juntos, na queda profunda
Que afunda meu sonhos
E persegue meus medos
Com o novo pesar
Uma alma ferida, que ferve
Mas não me serve
Já que sempre quero mais
Ir mais distante
Além, adiante
Mas com ela, eu só vou ao fundo
E afundo.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Do norte ao norteio

Falou-se aos brotos
Sois mais fortes que o rochedo
Abrindo caminhos ao peito
Que nos interfere no olhar
Junto aos cânticos do sabiá
Agradece a chuva que cai
E não molha,
Enxágua.

Lava-me por dentro,
Engradece o que há de bom
Pois, não tem quem faça
Do amor que passa
Ludibriar meu dom

Água que corre, corrente
Se fere, não sente
Se sente, incendeia
Quando bate, norteia
Se me leva, destrói
O que há aqui dentro, corrói

Já busquei e corri
Dos sorrisos que sorri
Nenhum mais te encanta
Então canto,
Batendo ao peito, espanto.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Sexto lampejo

     Há de se entender que o que se busca não é atendido, que o que se pede não é alcançado. Pois, onde não há mais alma viva, não há mais o interesse de alcançar mudanças. Seus pensamentos não vivem, seus pensamentos apenas sucumbem em plena sobrevivência. Então busque a paz interior, filtre o que se necessita, e não o que você acha indispensável.
     Eles pedem para que sejam ouvidos, mas não ouvem o que lhes é dito. Apenas usufruem do que lhe é dado, e retira dos moços mais franzinos o que lhe é cotado. Pequenos vícios, grandes tristezas. Uma noite que se ganha e um dia que se perde. Então eles choram, pois não entendem o porquê de não poder mais contemplar da luz do sol.
     O caminho é assíduo e longínquo, não se passa entre as relvas, e nem se assevera entre as flores. Nesse caminho há muitas guerras e também muitas dores. Há muita loucura e desvaneio. Há ilusão sobre os anseios que não mais se corroboram, e nem se completam nas flores das dores de querer continuar. Mas eles continuam a andar perdidamente nessa estrada, a passos largos que se parecem curtos, e no final de tudo tem um tudo a que não  se pode ter.
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