sábado, 12 de janeiro de 2013

O Tempo: angústia

     Tempo, não passe assim tão rápido, vamos aproveitar esse momento. Tempo, não passe assim tão rápido, vamos adiar esse tormento. Eu sei que você não tem volta, por isso quero aproveitar. Se do presente você não solta, então eu tenho que evitar. Ô, Tempo, escuta aqui, não saia de perto, mas caso queira sair, não me deixe de lado, mantenha-me acordado, deixe-me aqui firme, e não me fale do passado, mas se assim insiste, estarei disposto a escutar. 
     Tempo, já escutei toda sua história, mas agora eu quero esperar. Tempo, já não sirvo para a escória, chegou a hora de me libertar. Eu dito o presente, baseando-se no passado, escrevendo o futuro. Não sou mais um de seus escravos. Com as mão trêmulas e frias, guiando-me aos próximos dias, escutando o vento que não sopra, esperando o tempo que não volta. Eu sei que o Tempo corre rápido para o nosso bem, para que alcancemos tudo aquilo que ele não tem. Ele não tem sossego, nem férias. Ele não tem desejo, nem regras. É apenas contínuo e livre.
     Ô, Tempo, eu sei que não tem como eu me livrar de você, mas tem como você não passar tão rápido? Quero poder apreciar cada segundo sem ter que me mover, então, tem como você não passar tão rápido? Talvez eu esteja reclamando em vão, e esteja sendo muito controverso, já que muitas vezes lhe pedi ação e hoje estou lhe pedindo o inverso. Bem, acho que você não é o problema, eu que preciso de tua ausência padecer, ou talvez, eu precise encontrar mais tempo, e prisioneiro do tempo, assim, ser.

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