sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

É cedo demais

     É cedo demais para eu pensar em nós? Eu acho. Assim, como se acorda cedo para se tomar o batente, eu penso que é cedo demais para externar tudo que eu gostaria de te falar. Então, eu te escrevo. Mas, também, me recaio pensando que é cedo demais para te escrever. Porém, será, isso tudo, o medo que eu tenho de me entregar? Será a dificuldade que eu tenho de acreditar em nós? Na verdade, eu acredito que seja um pouco dos dois. Tenho medo de acreditar na gente e acabar quebrando a cara, como é de costume, porque eu apostei na coisa errada.
     Já me foi dito que não se brinca no raso, é preciso arriscar; é preciso criar nadadeiras e nadar contra o mar. Querer um relacionamento fácil, viver com pessoas fáceis, é querer desertar das oportunidades de se autoconhecer, amadurecer. É reconhecer-se um problema que se esvai na fuga de si mesmo. Mas, eu quero o contrário, quero crescer diante do que me é difícil, romper paradigmas. Eu não quero ficar acomodado, viver uma mentira de verdade. Eu quero uma honestidade duvidosa, e que essa dúvida recaia sobre mim, o autor das minhas próprias ilusões. Eu quero me expor a esse momento fortuito que é te ter ao meu lado.
     Certamente, há diversas palavras soltas, em minha mente, que eu gostaria de juntar. Pois nelas conteria tudo aquilo que sinto, mas ainda acho cedo para te falar. Reconheço que são determinadas angústias, alguns fantasmas do passado, que me fazem recuar. Às vezes eu até evito de pensar. Acabo só pensando em ti, assim, num todo, em tudo que você me traz. Eu já entreguei nosso futuro a Deus. Não me cabe ficar pensando no quiçá. Se, porventura, nos é dado o direito, eu encontrarei o direito de tentar.

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