Mas nunca deixei ninguém entrar
Eu apenas soube que era a hora
Quando eu te vi na rua a passar
Escancarei a porta, a sua espera
Mas parece que não adiantou
Você ficou plantada, austera
Gritei seu nome, você entrou
Passos rápidos, sem dar bom dia
Nem olhou em meus olhos, serena
Sentou-se ao sofá, sem muita pena
Convidou-me a sentar, meio tardia
Eu senti seu medo, logo no começo
Sua dificuldade em me olhar no olhos
Mas mesmo você com esse medo
Alcançou a ternura do meu coração
Surgiram suas primeiras palavras
E delas eu tentei criar minha condição
De puxá-la pelo braço até meu corpo
Para conseguir te ouvir com exatidão
Nasce, assim, o canto que se faz desejo
Atrelado em seu peito, a flor do cortejo
Tirada de meu bolso e dada com carinho
Para que eu possa encontrar seu caminho
Rapidamente entardeceu e se fez noite
Você olha o relógio e diz que tem que ir
Mas o importante é foi dado um passo
Para que eu te faça, cada dia mais, feliz
Nenhum comentário:
Postar um comentário