quinta-feira, 25 de julho de 2013

Uma carta à Sofia

      Tá, vamos lá...
     Você me pegou em um momento difícil de minha vida. Pode até não parecer, porque por fora sou grande, forte, cheio de vida, simpático e sorridente (com pessoas específicas), brinco bastante, e com todo esse emaranhado supracitados eu camuflo o que há dentro de mim. Seria bonito se eu dissesse que o que falta dentro de mim só você preencheria, seria bem romântico, mulheres suspirariam ao ler, mas não passaria de uma mentira, ou não, talvez até possa ser verdade. Porém, não tenho a resposta para isso, ainda não me descobri, por isso crio barreiras para tudo em minha vida, por isso desisto de tantas coisas, desvalorizo, ignoro, e até mesmo sofro à respeito. Mas apesar de tudo eu descobri você, e agora é verdade, sem dúvidas. Sabe aquela pessoa de quem você menos esperaria uma declaração, pronto! Essa pessoa, pra mim, é você. Para ter uma ideia, até agora estou sem entender toda essa situação, e quando estou a sua frente nem sei como devo agir. Como que uma pessoa que nunca foi próximo a mim e nunca nem demonstrou esforço para isso pode agora ser minha estima. Mas eu confesso que já percebi alguns olhares seus quando nos conhecemos, mas foram só olhares. Talvez olhares de uma curiosa, ou olhares de uma admiradora, de uma observadora, de uma inocente, de uma outras tantas coisas... Mas o importante é que você me olhou e eu olhei de volta. 
     Não sei se você percebeu, mas em poucas linhas eu fugi totalmente do assunto, antes eu falava de mim, depois falei de você, então que tal falarmos de nós? Será que existe um nós? Não sei, sério, mas eu tenho vontade que exista. Seria uma nova experiência, novas aventuras, novos sabores, nova vida. Mas também pode acontecer de ser um novo desafeto, uma nova lágrima, uma nova tristeza, um novo muro que desaba. Mas sabe quando é que um muro se desaba? Quando ele é mal construído. Então agora voltamos para o que eu falava no começo do texto, do fato de eu ainda não me conhecer; de me encontrar um pouco perdido; eu ainda preciso me construir, preciso me fortalecer, preciso ser grande (não só no tamanho), preciso engradecer meu coração, preciso que meu sangue pulse forte, preciso sentir verdade, e preciso parar de precisar. E que talvez algum dia eu só precise de você ao meu lado. Porque só com a robustez, meu muro nunca desabará. E com um muro firme, construirei minha fortaleza, e nessa fortaleza irei abrigar todos aqueles os quais eu tenho apreço, quero os manter vivos, seguros, e você se inclui. Mas talvez você se encontre em um patamar diferente, talvez você seja aquela que comigo, a fortaleza, construirá. E por isso eu espero que você seja segura,  forte, independente, vivaz, mais do que já é. Quero que seu sol brilhe mais forte, intenso, e que te queime, mas queime por dentro, e te ilumine, energize, dê-te vida.
     Nesse texto eu tentei falar sobre o nós, mas cheguei a conclusão que esse "nós" não existe, ainda. Somos peças separadas, esquecidas no fundo da gaveta esperando o momento em que sejamos sacados e colocados em tabuleiro. Para no jogo, jogar. Mas que seja um jogo limpo, sem trapaças, sem correria, nunca acima das leis, mensurando cada jogada, e que apesar de qualquer tensão intrínseca na estratégia, nós possamos nos divertir. Porque, quão valeria tanto esforço se no final eu não pudesse te ver sorrir?

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