São tantos olhares
São tantos medos
Há tantos lugares e dedos
Que apontam e julgam
Bocas que humilham
Gaiolas que prendem
E olhos que insultam
Verdades criadas e compradas
Realidade forçada e fingida
Tingindo o dia de noite
E a noite de dia.
De repente,
O palco está montado
O público está lotado
A iluminação que irradia
Mas a atriz já tardia
Logo ela, a principal
Vinda do plano astral
Protagonizando a peça
O espetáculo sem fim
Ela sente calafrios
E com as mãos suadas
Nervosa,
Não sabe o que vão dizer
Muito menos o que irão pensar
Importa-se tanto com os outros
Que esquece de se encontrar
Mas ela diz que enfrenta
Pois isso não é um problema
Ela não tem frescuras
Rodeada de ataduras
Que cobrem a marca da dor
Já que sofreu demais
E nunca correu atrás
De uma cura encontrar.
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