Papel e caneta
Lá no porão,
O que já não presta
Em cima do fogão,
O que me interessa
Mas atrás daquela porta,
Estreita e envergada
Eu guardo as cartas não lidas
Porém as mais cobiçadas
Apenas por favorecer a retina
Com palavras ouriçadas
Que me destranca como chave
E eu fechadura
Tocando-me por toda parte
Por tal desventura.
Se quer me desvendar
Primeiro abra essa porta
Leia as cartas certas
E depois vá embora
Não me deixe saber
Que as cartas foram lidas
Porque antes de você,
Houve muitas partidas
E se eu for dormir a pensar
Que você sumirá no horizonte
Eu prefiro não acordar
A ter que ir tão longe
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