domingo, 24 de março de 2013

No ar hoje à noite

Resolvi me atirar entre as pedras
Que rebatem contra o mar
Na intenção de revigorar
Os alicerces das passarelas
Que ligam nossos sentidos
Ao cair dessa tarde

E já posso sentir e esperar
O que eu já sabia que aconteceria
Quando a noite começasse a estrelar
Sua roupa rasgaria

Se você se afogar em meus braços
Eu não te salvarei
Apenas me afogarei
Juntos a construir esses laços
Contando os passos
Renunciando a partida
Revivendo as feridas

Nossos lábios se tocam
As colunas se entortam
Os pensamentos se inundem
As fraquezas sucumbem
Os desejos florescem
Os arranhões aparecem
No calor que incita
No suor que predomina
Olhos que se fecham

No último suspiro
Dois olhos se admiram
O fruto disseminam
Do mais vil ao delírio
De dois corpos firmados
Não mais que encaixados
Em um segurar assíduo
A voar alto
No ar hoje à noite.

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