terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Eu posso respirar

     Hoje, a noite não será boa, não haverá sucesso em minhas palavras. As nuvens irão cobrir o céu, e a neblina irá nos envolver aos poucos. Nós poderíamos ficar dentro de casa, mantendo-nos aquecidos, mas prefiro não compartilhar do desagrado. Minha casa está sendo frequentada por pessoas das quais eu não sinto admiração e muito menos sou admirado. Então ficarei ao relento sob a lua que me brilha, sozinho em meus pensamentos. Se quiseres me acompanhar, sente-se aqui ao lado. Mas adverto logo, a noite costuma ser traiçoeira, no escuro tudo se perde e nada se acha. 
     Eu já estou acostumado a me isolar de minha própria casa. Ando meio cansado de pessoas que julgam a todos com tanta facilidade, como se eles próprios fossem absolutos em suas insignificantes conjecturas. Eles não percebem o mal que causam, não percebem que frustam bons corações e boas intenções. E isso tudo porque o ato de julgar é sofrer pelos seus pormenores, sentenciando-se um tolo que se acha capaz de exorbitar a cadeia do caos e inferir através de seus paradigmas tecidos pela ignorância.
     Tudo bem, meu amigo. Agora, deite-se. Hoje dormiremos no frio, acolhidos pela lua fagueira. Mas amanhã será um novo dia, assim que o sol nos acordar, daremos-nos conta de que não somos zumbaieiros e que nascemos para incomodar. Não nos conformamos com os formalismos, e nem somos ortodoxos. Aportamos em uma dimensão onde nós somos os formadores, e não os que serão formados. Conciliando a transcendência corpórea à amplitude mental.

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