quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Tudo que eu sei

     Entre todos encantos que eu conhecera, você se encontra acima. É de uma beleza inestimável, por conquistar todos olhares que eu desvencilho a meu redor. Fazendo-me querer apenas ouvir sua voz, aquele cantar desprevenido como o cantar das pessoas que andam entre as ruas da vida, despreocupadas, felizes, satisfeitas. É um cantar doce, abstraído da inocência. Assim, ao lhe escutar, eu me desfaço dos prelúdios de Chopin, e passo apenas a te ouvir. Cada nota, cada harmonia, suavizando meus pensamentos, minha mente. Naquele momento eu só penso "como é bom te ouvir".
     Mas na vida nem tudo é tão simples, pois sua vasta beleza não me vem a corroborar, apenas me gera inquietudes. É como navegar em um expressivo mar, e diante de sua calmaria, isento de ondas e tremulações, eu me pergunto: está cedo demais, ou meu tempo já se passou? Logo agora que queria enfrentar as demasiadas e furiosas ondas desse mar. Queria que tais foças da natureza tentassem me derrubar, para que eu apenas segurasse tua mão, minha amada, e dissesse:
- A primeira vez que me deparei com seu encanto foi em uma noite vazia, triste, populada pela soberba. Foi uma noite escura, até que seu olhar me olhou. Contundente, penetrante, me paralisou por alguns segundos, segundos esses que duraram uma eternidade e estão eternizados em meu pensamento. E apenas com esse olhar eu te disse "que haja luz" e houve luz, "que haja vida" e houve vida, "que haja amor" e uma estrada surgiu. Nossa trilha, feita para que caminhemos em nossas tardes frias, talvez de mãos dadas, ou eu te carregando em meus ombros ou braços. Mas, digo logo, é uma trilha longa, há quem diga que de inalcançável fim. Então, é de se entender caso não queira dessa trilha comigo compartilhar. Não será a primeira a se cansar e desistir. É uma decisão exclusivamente sua, o que posso te dizer é que de sua companhia, seria uma honra desfrutar.
     Como eu havia dito, são apenas inquietudes de um crente que vive de sua fé. Com essa chuva que cai lá fora, irei me deitar, agora, a cama. Descansarei um pouco, e pensarei em você, claro. Mas não se preocupe, não pense que essa calmaria significa que eu desisti de você. Estou apenas esperando o momento certo. Aquele certo momento para te abraçar, os abraços que nos encaminha ao beijar, os beijos que nos encaminha ao ápice do prazer. O prazer de amar.

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